O Windows 10, lançado há dois meses, virou alvo de dúvidas dos usuários por causa dos termos de privacidade e também pela forma como o sistema capta as informações de uso dos indivíduos. Em uma postagem no blog oficial do Windows, o chefe da divisão de desenvolvimento, Terry Myerson, tranquilizou os usuários ao afirmar que a Microsoft não espiona ninguém.

Como mudar as suas configurações de privacidade no Windows 10

No texto, Myerson explica todas as formas pelas quais o Windows 10 coleta informações sobre o usuário, ressaltando que esses dados são referentes ao comportamento de uso e de estatísticas de performance que, compilados posteriormente, servem para alimentar o processo de desenvolvimento de atualizações e melhorias do sistema.

Microsoft garante não coletar dados pessoais dos usuários (Foto: Zíngara Lofrano/TechTudo)

“O Windows 10 coleta informações para que o produto funcione melhor para você. Você está no controle, com a possibilidade de determinar que tipo de informação é coletada”, diz Myerson.

No evento Microsoft Insights, realizado em São Paulo no final de setembro, Rico Malvar, cientista-chefe do Microsoft Research no Brasil, também debateu as preocupações sobre privacidade em torno do comportamento do Windows 10.

Em relação aos questionamentos sobre a Cortana, o cientista explicou o objetivo da Microsoft com uma analogia com as relações entre seres humanos dentro de ambientes de trabalho. “Sua assistente pessoal é aquela pessoa que você confia, que vê seu calendário, lê alguns dos seus e-mails, vê parte da documentação que você está produzindo”, afirmou Malvar.

Para o cientista-chefe, os usuários podem pensar na Cortana como assistente pessoal e, se quiserem que ela os ajude, ela vai poder ler os e-mails.  "A nossa visão é dar essa capacidade de ajudar o usuário cada vez mais e em cenários cada vez mais complexos”, completou Malvar.

Segundo a postagem de Terry Myerson no blog oficial do Windows 10, ajudar o usuário não significa dizer que a Microsoft usa a Cortana para espionar o conteúdo desenvolvido e acessado.  

“Você está no controle sobre todas as informações que nós coletamos e pode, a qualquer momento, mudar as suas definições de privacidade”, explica Myerson.

Outro ponto questionado a respeito das informações que a Microsoft coleta via Windows 10 diz respeito aos relatórios sobre travamentos e erros. Ao relatar um episódio de erro e bug dentro do sistema, os usuários têm dúvidas se a Microsoft não tem acesso aos arquivos envolvidos no processo. Por exemplo, se o usuário estava lendo um documento, vendo um filme, editando vídeos ou fotos pessoais durante o travamento, a Microsoft poderia ter acesso a cópias desses arquivos.

Myerson garante que a Microsoft, em hipótese alguma, coleta qualquer tipo de arquivo dos computadores dos consumidores e que são tomadas uma série de precauções para que informações que possam identificar uma pessoa não sejam obtidas pela telemetria do Windows 10.

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Diferentes perspectivas de privacidade

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Rico Malvar, no Microsoft Insights, lembrou que as perspectivas dos limites de privacidade tendem a ser diferentes em cada sociedade, o que acaba resultando em desafios para a criação de um produto que atenda uma audiência global.

“Temos que estudar e saber o que as pessoas querem e como os grupos e a sociedade se comportam em termos de privacidade. Aqui [no Brasil] você vai em uma loja, compra um café e todos pedem seu CPF para a nota fiscal. Por outro lado, se você vai nos Estados Unidos e pergunta qual o número do seguro social de alguém, a pessoa vai perguntar o porquê”, lembra Malvar.

*Colaborou Melissa Cruz



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