Samira Close é uma das streamers mais assistidas do Facebook Gaming atualmente. A influenciadora gamer é conhecida por fazer as lives montada como drag queen, com direito a peruca e maquiagem completa. Com mais de 400 mil seguidores em sua página do Facebook, a streamer alcança picos de mais de 10 mil espectadores simultâneos durante as livestreams de jogos como Free Fire Battlegrounds, Cyber Hunter e League of Legends (LoL). No YouTube, a jogadora publica vídeos com trechos das transmissões e outras produções artísticas, como sua música autoral, chamada Madrugada, que já tem mais de um milhão de visualizações.

“Eu posso dizer que eu fui uma espécie de Pabllo Vittar no mundo gamer. Isso meio que revolucionou e abriu muitas portas tanto para mim quanto para outras pessoas. A comunidade gamer começou a enxergar a comunidade LGBT+ com mais força, com mais representatividade”. Em conversa com o TechTudo, a influenciadora contou como as livestreams abriram portas para a sua carreira como artista e para outras pessoas da comunidade LGBT+.

A streamer também compartilhou a história sobre como transformou seu hobby em profissão e se posicionou em relação à homofobia que sofre em algumas transmissões ao vivo. “Quando eu ia em eventos de jogos e ainda não fazia streams, não encontrava representatividade. Quando eu comecei a fazer lives e crescer muito, eu senti que isso começou a mudar. Por exemplo, na Brasil Game Show (BGS) já tem uma roda de conversa sobre machismo e LGBTfobia no mundo dos games. Eu sinto que as minhas lives abriram portas tanto para mim, como LGBT+ e criadora de conteúdo, quanto para a minha comunidade. Hoje têm várias ‘manas’ fazendo lives de peruca, drags, gays, uma infinidade de pessoas”, relata.

Essa visibilidade resultou em números expressivos nas lives de Samira. Hoje a streamer se surpreende quando percebe a quantidade de pessoas que alcança diariamente. "Para mim foi uma surpresa. O sucesso para mim era ter mil pessoas me assistindo. Só que hoje tem lives que eu alcanço, oito, nove, dez mil pessoas. Eu esperava dar certo, conseguir viver disso, mas a forma como o meu trabalho cresceu e atingiu outras áreas eu não esperava. Fico muito feliz, claro, muito grata”.

O começo da carreira como streamer

A história de Samira com as transmissões ao vivo começou há cerca de quatro anos, quando ainda fazia lives somente por diversão na Twitch TV. A streamer costumava transmitir MOBAs que eram sucesso na época, como League of Legends (LoL) e DotA 2. Hoje em dia as lives deixaram de ser um hobby e se tornaram em uma profissão.

No início, Samira não se montava com maquiagem e peruca. A aspiração para ser drag queen surgiu após pedidos e doações em dinheiro dos espectadores. “Me doaram R$ 100 e eu comprei uma peruca, mas era aquelas perucas de manequim, aquelas bem de carnaval. Eu fiz uma live especial montada e senti que pegou mais gente, mais viewers. Foi aí que eu decidi investir nesse lance de drag”, explica a streamer.

A decisão de fazer as lives como drag queen, no entanto, não foi apenas para agradar os seguidores. Samira também sentia falta de assistir a streamers com quem pudesse se identificar. “Na época, eu pensei: vou fazer uma stream diferente para pessoas como eu. Foi quando eu resolvi fazer live de drag e barba. Isso chocou mais ainda as pessoas. No começo teve uma rejeição enorme. Só depois, quando eu fui crescendo, que deu certo”, diz.

Samira Close vs. homofobia

Nas lives que faz de segunda à sexta-feira, Samira não se limita em transmitir apenas Free Fire. A streamer busca entreter o público com outr

... os jogos, desde GTA 5 até outros sucessos do gênero Battle Royale, como Fortnite. A escolha dos jogos parte dos espectadores na maioria dos casos, mas Samira também estuda opções que, para ela, podem render muitas visualizações. Ela diz que o ponto forte das lives é quando ela conversa com outros jogadores pelo chat de voz dentro dos games.

O clima de diversão e as brincadeiras dominam a maior parte do tempo das lives de Samira. No entanto, em algumas situações, a streamer lida com casos de homofobia e machismo por parte de outros jogadores. “No Free Fire, onde de vez em quando isso acontece, a pessoa simplesmente começa a xingar e eu trato da maneira mais natural que consigo tratar. Eu não sou aquela pessoa que vai ficar politizando. Eu acho muito incrível quem para e ensina. Só que eu xingo de volta”, se posiciona.

“Se você está jogando Free Fire, você tem Internet para ter acesso à informação. Esses assuntos são discutidos todos os dias. Se você é homofóbico em 2019 é porque você escolheu ser homofóbico. Não é por falta de informação, não é por falta de alguém te dizer que não é legal, que não é bacana, que ofende as pessoas. Se a pessoa vem me xingar, eu não vou falar que nós somos todos iguais. Ela sabe que somos iguais, mas ela tá escolhendo ser homofóbica”, conclui a streamer.

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