A Internet discada ou conexão dial-up foi a forma mais comum de acessar sites entre a segunda metade dos anos 1990 e o início da década de 2000. Antes do nascimento da banda larga, navegar na web demandava uma rede telefônica conectada a um modem, responsável por codificar e decodificar a informação em forma de sinais de áudio. Também era indispensável ter um provedor para autenticar o usuário na rede.

Se você viveu esse período, deve lembrar que a Internet era mais cara, muito lenta e causava confusões familiares por causa da linha de telefone ocupada. Para os mais saudosistas, o TechTudo produziu uma lista com nove coisas que todo mundo fazia na época da Internet discada.

1. Esperar dar meia-noite para pagar apenas um pulso de telefone

Para navegar na Internet, era necessário utilizar a linha telefônica e cada minuto de uso era cobrado pelo provedor do serviço, o que podia gerar altas contas de telefone. Por questões de economia, era comum que as pessoas esperassem até meia-noite para se conectar à rede, visto que até as seis horas da manhã pagava-se apenas um pulso, que custava R$ 0,14, em São Paulo, no ano de 2006.

2. Usar sábado a partir das 14h, domingo ou feriados

O pulso único também valia para os finais de semana e feriados. A conexão era mais econômica desde as 14h de sábado até as 6h de segunda ou durante todo um dia de feriado. Por conta disso, quem não acessava a Internet durante a semana por causa de preço ou horário, deixava para se divertir nos finais de semana.

Ficar conectado era sinônimo de linha telefônica ocupada (Foto: Divulgação/Phillips)

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3. Linha telefônica ocupada

Nessa época, enquanto a Internet estivesse ligada, a linha telefônica era utilizada para transmitir o sinal e, por isso, ficava ocupada. Ou seja, o usuário ficava impossibilitado de usar o telefone para fazer ou receber ligações. Por exemplo, se a pessoa ficasse conectada durante todo o final de semana, também ficava incomunicável. Para piorar, se alguém tirasse o telefone do gancho para fazer uma ligação, a conexão caía, situação que, muitas vezes, causava conflitos nas famílias.

4. Demora para conectar

Além de esperar os dias e horários mais baratos para usar a Internet, também era preciso esperar o computador se conectar, algo que demorava muito. Para isso, as pessoas recorriam aos discadores, programas fornecidos pelos provedores para realizar a conexão. Alguns tinham, inclusive, vários instalados no computador, de diferentes empresas que ofereciam serviço gratuito.

Para complicar ainda mais, ao se desconectar, você não tinha nenhuma garantia de que iria conseguir acesso rápido à Internet novamente. Além disso, como muitos clientes tentavam acesso ao mesmo tempo, era necessário aguardar vários minutos até chegar a sua vez.

Discador Globo.com (Foto: Reprodução/TechTudo)

5. Ouvir aquele barulhinho característico

Somente quem já viveu a situação vai entender esse item. Enquanto o provedor se conectava à Internet, o computador emitia um barulhinho inesquecível. Não havia nada melhor do que ouvir o som indicando que a conexão, finalmente, estava sendo feita, após tanto tempo de espera.

6. Conexão muito lenta

Se, atualmente, a velocidade média da Internet banda larga no Brasil é de 17,80 Mb/s ─ ainda abaixo da média mundial de 40,11 Mb/s ─, na época da conexão discada, era de 56 kb/s. Isso signifiva que, na maioria das vezes, o usuário esperava alguns minutos até carregar um site por completo, principalmente, aqueles cheios de animações e efeitos, que eram uma tendência na época.

Modem utilizado na época da Internet discada (Foto: Reprodução/ Wikipedia)

7. Vídeos só por download

Gerenciadores de download eram muito usados (Foto: Divulgação/ Internet Download Accelerator)

Nessa época, a Internet era tão lenta que tornava praticamente inviável assistir a um vídeo online. Os usuários nem imaginavam que serviços de streaming, como Netflix e YouTube, poderiam se tornar tão populares. Para ver vídeos, era necessário fazer o download do arquivo, o que poderia levar horas e até dias. A dificuldade era tamanha que programas para gerenciar downloads viraram febre porque permitiam pausar o processo caso fosse necessário desconectar a rede ou se a conexão caísse.

8. Quedas de conexão

As quedas de conexão eram frequentes nessa época. Ou seja, o usuário, além de demorar para conseguir se conectar à rede, sofria com perdas de conexão repentinas. Essa instabilidade era capaz de irritar qualquer um, principalmente, quando acontecia no final do processo de download de um arquivo. Quando a Internet voltava, a pessoa tinha que realizar todo o procedimento novamente.

CDs de instalação de discadores de diferentes provedores eram distribuídos nas ruas ou eventos (Foto: Divulgação/Wikipédia)

9. CDs de provedores

Na época da Internet discada, o fornecimento da conexão era feito pelos provedores, que dependiam de uma linha telefônica para funcionar. Quem viveu esse período, deve lembrar dos CDs de provedores, que eram distribuídos nas ruas ou em eventos. Alguns deles ofereciam acesso gratuito para testes e havia quem acumulasse vários para que pudessem ter conexão sem pagar nada, mas, na maioria das vezes, o truque não funcionava.

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