Ghost of Tsushima é um jogo de ação/aventura sobre a épica jornada dos samurais contra a invasão Mongol no Japão. O game tem data de lançamento para a próxima sexta-feira (17), e é exclusivo para download no PlayStation 4 (PS4), console da Sony. Ele está em pré-venda nas principais lojas e na PSN pelo preço de R$ 249,90, e o TechTudo testou o game completo.

Ghost of Tsushima não é um simples jogo de espadas: ele tem mecânicas complexas e variadas. O título muito aguardado da Sucker Punch promete agradar quem gosta de desafios e de fazer as coisas do seu jeito. Os gráficos realistas e a fotografia impecável ajudam a recriar a cultura japonesa como só vimos no cinema. Ghost of Tsushima é viciante, surpreendeu em teste e dá vontade de avançar sem parar. Veja o review a seguir.

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História que dá aula

A história começa com o último samurai da Ilha de Tsushima, Jin Sakai, durante a primeira invasão do Império Mongol no Japão em 1274. O honrado guerreiro japonês precisa renascer das cinzas após a derrota de seu exército e forjar um novo estilo de luta - o estilo fantasma - para conseguir vingar e libertar o Japão da ocupação mongol.

O jogo usa muitos flashbacks para trazer mais profundidade ao personagem e para ensinar novas técnicas de jogo. Dessa forma, o enredo flui de maneira mais natural e com maior propósito, já que o player além de ficar mais imerso na história, também aprende novas habilidades.

Como não se pode vencer uma guerra sozinho, Jin Sakai precisa recrutar aliados por toda a ilha do Japão. Ao longo do caminho, conhecemos a história da cultura japonesa, como os ronin, samurais sem honra que se tornam assassinos de aluguel, e os cenários icônicos da ilha.

A história da primeira invasão do Império Mongol no Japão é bem contada no jogo. A trama ilustra a facilidade com que os mongóis tomaram a ilha com suas armas e táticas superiores, além do seu exército gigantesco, mas também mostra como eles não conseguiram manter o domínio do território.

O jogo consegue contar com maestria a história do Japão feudal da era medieval liderado por samurais, e também mostra a dificuldade de conter o avanço dos mongóis. Seja pela escassez de recursos para aprimorar armas, espadas e habilidades ou pela necessidade de se esconder no mapa e evitar confrontos com grupamentos mongóis que circulam pela ilha, a sensação de impotência no início do game é notória.

A narrativa do game explora um dilema do personagem sobre a honra samurai. Pode-se dizer que as habilidades furtivas do protagonista fazem parte do repertório marcial de "ninjas". A polêmica maior gira em torno do conflito moral de Jin Sakai sobre a falta de honra ao abater inimigos no modo furtivo - mais seguro e silencioso - que reconhecemos como o estilo dos ninjas e não muito comum nos samurais dos frontes de guerra. Afinal, quem é superior, o samurai honrado ou o fantasma vingativo?

Jogabilidade com ostentação

À medida que a narrativa avança, o protagonista aprende novas posições de luta, conquista armaduras, equipamentos e fica cada vez mais forte. Em contrapartida, o nível de dificuldade também aumenta, o que não deixa o jogo ficar monótono. Além disso, as inúmeras possibilidades de abordagem das missões mantém o game dinâmico.

A quantidade de itens que o fantasma de Tsushima carrega é realmente extensa e vai desde bomba de fumaça e zarabatana, para abordagens mais furtivas, até kunais, lâminas afiadas arremessáveis que atordoam o inimigo. Impossível não elogiar a fiel katana que acompanha o protagonista, elevando o nível das e

... spadas samurai já retratadas. A flexibilidade na forma de completar as missões por conta desse arsenal talvez seja o principal atrativo do gameplay. Além disso, há também uma imensa quantidade de colecionáveis para os mais aficcionados.

As missões, ou contos, como o jogo as chama, são longas e desafiadoras, principalmente as principais. É preciso ter paciência e concentração para conseguir completá-las e, por algumas vezes, você terá que repetir a batalha final contra o boss. Porém, a mecânica de luta complexa só aumenta a vontade de continuar jogando e aprimorando os movimentos, pois não adianta esmagar os botões para tentar vencer.

Há a possibilidade de completar as missões de forma furtiva, o que exige mais estratégia e recursos, ou lutando com todos ao mesmo tempo, se você já tiver dominado a tática de ataque e defesa. De qualquer forma, a paciência é uma virtude muito necessária para quem deseja completar o jogo.

Seja para resgatar prisioneiros, libertar vilas, encontrar ancestrais ou retomar castelos, os objetivos diferentes das missões garantem diversão e progressão nas características do samurai e seus aliados. E vale destacar que o jogo é bem difícil mesmo no modo normal. Defender golpes, ficar atento para restaurar a vida e conquistar poder de cura com ataques especiais incrementam esta obra muito bem feita.

Apesar da excelente jogabilidade, o trabalho do desenvolvedores deixou a desejar na movimentação de câmera. Durante algumas batalhas, a câmera se move para ângulos confusos que atrapalham a visão do jogador. É uma pena pois, apesar de tantos pontos positivos, essa falha consegue irritar bastante.

Outro ponto que pode comprometer são as grandes distâncias a percorrer pelo mapa da ilha japonesa. O fantasma chega a galopar por quilômetros entre missões, fazendo o jogo perder o ritmo e até ser um pouco entediante, principalmente nas primeiras horas de gameplay. Entretanto, algumas surpresas espalhadas no caminho de um mundo aberto muito bem ambientado podem tirar o sono do jogador. Uma tropa inimiga escondida na grama alta às margens da estrada, por exemplo, pode ser o pior pesadelo de um samurai a cavalo despreparado.

Imersão realista de respeito

Os gráficos do jogo são muito bons, o que é fundamental para ressaltar a beleza do Japão feudal. Os diversos locais da ilha, com vegetação diferente e clima dinâmico, ficam lindos no jogo que faz bom uso do HDR. Há uma curiosa opção de vídeo chamada Kurosawa, em referência ao famoso cineasta japonês, que deixa tudo mais dramático - e em preto e branco, mas abre mão das belas cores do jogo.

A opção de diálogos em japonês é bem interessante para facilitar a imersão no universo asiático, apesar de, infelizmente, só haver sincronia dos lábios dos personagens com o idioma anglo-saxão. Vale destacar que a Sucker Punch e a Sony ainda não confirmaram que o game terá uma versão com dublagem em português.

A trilha sonora é muito bem executada e os efeitos de áudio também são harmônicos, além de fundamentais para a jogabilidade. Ouvir os sons com atenção ajuda tanto a se manter furtivo quanto a encontrar lugares inexplorados no mapa.

Conclusão

Visto pela primeira vez na E3 2018, o novo jogo de samurai é muito aguardado pelos jogadores. O interesse cresceu nestes dois anos em que os fãs já estão na expectativa. A surpreendente riqueza de detalhes dos desafios, excelentes conceitos e execução da campanha são dignas desta espera. Os diferentes estilos tanto furtivo quanto mais agressivo ou vingativo garantem muitas possibilidades de jogo ao completar as missões que são um ponto alto do game.

Ghost of Tsushima promete agradar quem gosta de jogos desafiadores e que ofereçam liberdade de escolha em como definir um combate. Afinal, o arsenal do protagonista é imenso e os oponentes irão exigir todas as armas, além de concentração e paciência. Prepare-se para passar horas grudado no PS4 e conhecer mais sobre a história do último samurai de Tsushima.

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