Hedy Lammarr, nome artístico da atriz e inventora austríaca, é tema do Doodle do Google desta segunda-feira (9). Radicada nos Estados Unidos, entre as suas contribuições mais significativas estão a co-invenção, junto ao músico e compositor George Antheil, durante a Segunda Guerra Mundial, do sistema de comunicações para as Forças Armadas dos EUA que serviu de base para o que hoje conhecemos como a telefonia celular (móvel). Além do destaque na tecnologia, a então jovem Hedy protagonizou o primeiro orgasmo feminino no cinema há 82 anos. Conheça a sua história completa.

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Hedy nasceu em 9 de novembro de 1914 em Viena. Morreu em janeiro de 2000, em Altamonte Springs. Faria 101 anos e ganha do Google, com um vídeo também disponível no YouTube ,de pouco mais de um minuto, a gigante de buscas faz homenagem.

“Adoramos destacar boas histórias sobre as realizações de mulheres na ciência na tecnologia. Quando a história envolve uma celebridade de Hollywood dos anos 40, que além de ser uma estrela do cinema, também desenvolveu uma tecnologia que utilizamos todos os dias nos nossos smartphones, então é mesmo necessário compartilhar com o mundo”, disse a doodler Jennifer Hom, em post no blog do Google. A trilha sonora do vídeo ficou por conta do compositor Adam Ever-Hadani, de São Francisco. 

Hedy Lamarr, atriz e inventora austríaca, ganha homenagem em Doodle do Google (Foto: Reprodução/Google)

Em Hollywood, Hedy chegou a receber o título de “mulher mais bonita do mundo”. Mas, não foi só a beleza que ela mostrou ao público. Usando os princípios de notas musicais no piano, Hedy e Antheil criaram um sofisticado aparelho que causava interferência em rádios para despistar radares nazistas.

A atriz patenteou o projeto em 1940 com seu verdadeiro nome: Hedwig Eva Maria Kiesler. A patente para o chamado “frequency hopping” ajudou a criar bases para tecnologias muito conhecidas de todos nós como Bluetooth, GPS e Wi-Fi (todas conexões de rede sem fio e móveis).

O Doodle de Hedy Lamarr é uma criação da doodler Jennifer Hom; veja o rascunho (Foto: Divulgação/Google)

Hedy e o primeiro orgasmo do cinema

Grande sucesso na Holywood noire dos anos 1940, a atriz entediada pela indústria cinematográfica, acabou focando seus talentos em ajudar o esforço de guerra aliado ao desenvolver e patentear os princípios da tecnologia que deu origem a quase todas as forma de redes sem fio que conhecemos hoje. Mas, há muita história para contar sobre sua carreira nas telonas do cinema.

No início de 1933, Hedy estrelou o filme de Gustav Machatý, Êxtase. A película tcheca foi gravada em preto e branco. As cenas de nudez protagonizadas por Hedy Lamarr, que encenou momentos sem roupas ao nadar no lago ou a correr por entre as árvores, foram motivos de censura e bloqueios em vários países por anos. 

Além destas, outra sequência escandalizou a sociedade (e gerou ciúmes no seu casamento): A cena em que a jo

... vem expressa o êxtase sexual. Além de polêmica na época, a cena dá origem ao título do filme. Hedy simulava um ato sexual, naquele que seria o primeiro orgasmo feminino do cinema.

Interesse por tecnologia e outras curiosidades

Boa matemática e famosa por ter sido casada com um industrial do setor de armamentos, tinha conhecimentos sobre o poder de fogo usado na Segunda Guerra. Aliando esses dois talentos, uniu forças com George Antheil, um compositor e pianista de vanguarda. Juntos, desenvolveram uma ideia de usar sinais de rádio emitidos para torpedos submarinos impossíveis de serem encontrados por rivais.

O Doodle desta segunda-feira consiste em um vídeo que resume a trajetória da atriz. Com estética que remete aos padrões de 1940 e trilha sonora de jazz, a animação conta a vida de Hedy: dos filmes e do glamour ao desenvolvimento tecnológico das redes de comunicação sem fio. Atriz durante o dia, era no meio da noite que Hedy desenvolvia suas ideias em cadernos à meia luz, como retrata o Doodle.

Como é a patente de Hedy Lammarr

A tecnologia desenvolvida pela dupla previa que os sinais pulariam de faixa de frequência a faixa de frequência para evitar a ação inimiga. A ideia, dessa forma, uniu o bom repertório de conhecimentos tecnológicos de Hedy com a instrução musical de George Antheil, um sujeito com o mesmo tipo de talento autodidata, até para a medicina. Anos mais tarde, ele escreveria um livro sobre endocrinologia.

A marinha norte-americana acabou abrindo mão de investir na ideia dos dois amigos naquele momento. Nos anos 1960, durante a crise de mísseis em Cuba, o projeto foi reaberto e é a evolução dessa ideia que torna realidade padrões de redes sem fio de diversos tipos como o Wi-Fi (Internet wireless).

Vídeo no Doodle do Google no YouTube explica a invenção de Hedy Lamarr

A versão inicial consistia na troca de 88 frequências. A ideia surgiu em frente a um piano. A dupla ensaiava em dueto, quando repetindo em outra escala as notas que tocavam, perceberam que era possível duas pessoas conversarem entre si, mudando frequentemente o canal de comunicação, para despistar padrões. Bastava que fizessem isso simultaneamente. 

História de Hedy Lammar - Biografia e Filmografia

Hedy Lamarr nasceu em Viena (Áustria), em 9 de novembro de 1914 e faleceu em Altamonte Springs, na Califórnia (EUA), em 19 de janeiro de 2000. Durante o auge de sua carreira nos anos 1940.

Sua carreira no cinema começou na Europa, quando protagonizou a cena considerada escandalosa em Ecstasy, filme de 1933. A polêmica em torno do filme forçou a atriz a se mudar para Paris, onde conheceria Louis B. Mayer, dono da MGM, que a contrataria para virar uma estrela em Holywood.

Nos Estados Unidos, ela estrelaria filmes famosos como Sansão e Dalila (1949), Flor do Mal (1946), Argélia (1938) e A História da Humanidade (1957), em que interpretou Joana D'Arc.

Durante seu primeiro casamento, com Fritz Mandl, Hedy passou por um momento em que se encontrou aborrecida e entediada com a carreira no cinema. Isso a motivou a desenvolver os talentos e interesses em ciência e tecnologia que, mais tarde, fariam dela inventora. Hedy optou por viver seus últimos anos em isolamento, até da família e amigos. A atriz faleceu aos 85 anos de falência cardíaca.

*Colaborou Filipe Garretti 

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