Bárbara "Babi" Passos e Carolina "Voltan" são campeãs mundiais de Free Fire Battlegrounds. As jogadoras, que são do time da LOUD, de Bruno PlayHard, venceram o Streamers Showdow no último sábado. O torneio aconteceu em Bangkok, na Tailândia, e foi o primeiro Mundial do modo Contra Squad do jogo da Garena. O elenco campeão, formado por pro players e streamers brasileiros, derrotou os países mais fortes no cenário competitivo internacional do Battle Royale. O TechTudo foi para Ásia acompanhar a competição e conversou com Babi e Voltan. Elas falaram sobre suas carreiras, principais desafios que viveram e deram dicas para quem sonha em jogar profissionalmente.

Carreiras, desafios e representatividade

Babi e Voltan não só são campeãs mundiais de Free Fire, como mostram ao mundo que garotas podem sim chegar aonde quiserem. Mas apesar das jovens estarem no topo do competitivo de Free Fire, suas carreiras tiveram altos e baixos e elas precisaram enfrentar desafios extras para alcançarem o sucesso. "As meninas têm um desafio a mais para emplacarem na carreira de pro player. Eu sempre precisei provar para as pessoas que eu também conseguia jogar", conta Babi.

A trajetória da veterana da LOUD reflete bastante esses obstáculos. Babi começou a jogar Free Fire ainda na fase beta do game, em 2017. Mas o que surgiu como um passatempo logo virou algo sério. "Eu gostava muito do jogo e comecei a visar o lado competitivo. Então eu decidi entrar em equipes femininas e participar de equipes. Naquela época era mais complicado você conseguir formar um time com homem, pelo preconceito mesmo. Você tinha que provar sua capacidade primeiro no time feminino, com as meninas, mostrar que você também era capaz de bater de frente com garotos", destaca.

Babi cursava Direito antes de investir na carreira de pro player. Depois de trancar o curso, ela entrou em guildas mistas e começou a participar de torneio exclusivamente femininos. "As guildas eram mistas, mas os campeonatos eram só com meninas. Eu via os torneios femininos como uma oportunidade de mostrar que eu também podia jogar bem". E foram essas competições que abriram portas para a atleta. "Eu já jogava nos torneios e era reconhecida no cenário feminino, foi então que veio o convite da LOUD, e deu certo. Eu cursava direito, mas saí da faculdade pra viver o meu sonho, que é jogar, ser streamer e influenciadora", destaca Babi, que tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.

Já Voltan, que enxergava Babi como uma inspiração, hoje trabalha ao seu lado. A paulista é a última contratada da equipe da LOUD: foi anunciada como pro player em agosto de 2019. Nesses poucos meses, Voltan viu o seu time se classificar para a próxima etapa da Free Fire Pro League 3, foi convocada para representar o Brasil no Streamers Showdow e agora é campeã mundial.

"Eu fiquei muito contente porque vi que outros squads aqui no torneio da Tailândia também tinham meninas no elenco. E a nossa equipe brasileira foi a única com duas garotas, e isso me enche de orgulho". Voltan analisa o cenário de Free Fire positivamente e acredita que a representatividade feminina vai crescer. "A tendência é que essas vagas aumentem. Mulheres jogam iguais aos homens, isso está sendo provado, e eu acho que essas portas vão se abrir cada vez mais para nós", completa.

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Jogadoras dão dicas para ser tornar um(a) pro player

Babi e Voltan jogam hoje em um dos times mais populares do cenário brasileiro de Free Fire, a LOUD. O sonho de vestir a camisa da organização é comum entre milhar

... es de jovens que são fãs da equipe. Mas como chegar até o time? "Eu passei por várias guildas com nomes famosos. Nesses clãs eu comecei a participar de campeonatos, e foi assim que a LOUD me conheceu", conta Voltan. A jogadora acredita que essa seja um boa estratégia para mostrar um bom trabalho ao cenário competitivo. "Muitas guildas fazem testem. A minha dica é você pedir um teste para poder entrar no clã e treinar muito. Com isso, essas oportunidades vão acabar surgindo".

Mas não pense que essa ascensão será fácil e rápida. "Eu pensei em desistir muitas vezes, por vários motivos. Lembro que eu chorava quando a minha Internet estava ruim. Mas eu não desistia. Eu me acalmava e pensava que no dia seguinte as coisas iam funcionar melhor", conta a jogadora que vem do interior de São Paulo. "É importante treinar muito, focar muito e nunca desistir", completa.

Babi segue a linha de raciocínio da companheira. "O primeiro passo para se tornar um pro player é focar no meio competitivo. Então é treino atrás de treino, isso vai fazer você aperfeiçoar as suas habilidades. Quando você for ver, já está no nível dos outros caras e é só sucesso". A jogadora também explica que os pro players e organizações observam os torneios menores e buscam novos talentos. "Tanto a gente da LOUD quando os outros players, nós sabemos quem está se destacando no cenário. Também é muito importante a gente saber quem é o player, como ele joga, como é a sua personalidade. Porque não adianta ser um player bom, mas ser uma pessoa que não está ali para acrescentar".

Para as meninas que também querem crescer no competitivo, o recado é ainda mais direto. "Não escute os comentários tóxicos", crava Babi, que em seguida explica. "Esses comentários negativos normalmente são machistas. Eu já escutei muita coisa machista dentro do jogo, principalmente. Porém, eu nunca me deixei abalar por isso. Foque sempre nos seus objetivos, porque coisas ruins você sempre vai escutar. Coisas negativas não devem ser absorvidas. Vocês devem focar em um objetivo e correr atrás dos seus sonhos", finaliza a jogadora.

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*A jornalista viajou para a Tailândia a convite da Garena



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