O termo fake news é usado para se referir a notícias falsas ou imprecisas que são publicadas, majoritariamente, na Internet. Essa expressão, que significa literalmente "notícias falsas", em português, já existe há bastante tempo. Entretanto, ganhou popularidade após ser usada repetidamente pelo então candidato Donald Trump, durante as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2016, e foi, inclusive, considerada a palavra do ano em 2017 pelo dicionário Collins.

No Brasil, não é difícil receber fake news no Feed de Notícias do Facebook ou em mensagens de grupos no WhatsApp, onde são usadas, até mesmo, para espalhar vírus e aplicar golpes em usuários do aplicativo. As notícias falsas, no entanto, vão além de brincadeiras inocentes na Internet e têm feito vítimas reais.

Em 2014, por exemplo, Fabiane Maria de Jesus foi espancada até a morte no município do Guarujá, em São Paulo, após uma página do Facebook confundi-la com uma sequestradora de crianças. Já em 2016, o Jornal Extra, do Rio, revelou a história do serralheiro Carlos Luiz Batista, que precisou se esconder após sua foto circular em uma corrente falsa de WhatsApp na qual era acusado de estupro.

A situação é tão preocupante que as próprias redes sociais têm tomado providências para barrar as fake news. Somente em 2017, o Facebook realizou diversas ações, como alterar o algoritmo para que publicações suspeitas sejam automaticamente enviadas para checagem e impedir que certas páginas alterem a miniatura de links publicados. Além disso, o site criou um botão de contexto junto às postagens para ajudar o usuário a conhecer a reputação do veículo noticioso e entender melhor os desdobramentos de determinada notícia.

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Já o WhatsApp, este ano, começou a testar um recurso que avisa ao usuário que o conteúdo que ele está prestes a repassar já foi divulgado inúmeras vezes e pode se tratar de um boato. Além disso, o Google e o Snapchat também anunciaram ações para evitar a propagação de notícias falsas. Enquanto a Gigante de Buscas lançou uma ferramenta de checagem dos fatos, a rede social atualizou as diretrizes do Discover para mostrar conteúdos relevantes e confiáveis.

No entanto, os esforços das companhias não bastam. Para impedir que notícias falsas sejam espalhadas, é preciso que os usuários sejam mais cuidadosos em relação ao conteúdo que compartilham na Internet. A boa notícia é que identificar as fake news não é uma tarefa tão complicada e envolve alguns passos que, com esforço, podem se tornar hábito. Abaixo, reunimos algumas dicas que podem ajudar a identificá-las e dificultar que um boato continue a ser espalhado.

Como indentificar fake news

1. Nunca compartilhe antes de ler

Uma tendência muito comum nas redes sociais é o ato de curtir ou compartilhar uma notícia sem antes ler. O problema é que uma página mal-intencionada pode alterar detalhes importantes na miniatura que é exibida no feed, como a imagem de destaque e a manchete. É possível, ainda, que a chamada traga trechos que, de fato, estão na notícia, mas que, tirados de contexto, podem dar um sentido completamente diferente à situação ou à fala de um entrevistado, por exemplo.

Durante a leitura, é importante prestar atenção se o texto traz elementos relevantes e característicos do estilo jornalístico, como nome e cargo dos envolvidos, data de quando o fato aconteceu (ou vai acontecer) ou quem reportou os acontecimentos. Além disso, erros de ortografia casuais em sites de Internet são normais, mas uma quantidade excessiva ao longo de toda a notícia pode ser um indício.

Ler notícias antes de compartilhar é dica importante para evitar boatos (Foto: Bruno Soares/TechTudo)

2. Faça uma busca no Google

Uma maneira eficaz de desmascarar boatos é uma simples busca no Google. Existem diversos sites dedicados a desvendar esse tipo de conteúdo, como o Aos Fatos e a Agência Lupa, que, inclusive, fecharam uma parceria com o famoso buscador para dar mais destaque a resultados verdadeiros. Se ao buscar determinada informação você só encontrá-la em páginas desconhecidas, suspeitas, ou ligadas a grupos políticos específicos, é melhor evitar o compartilhamento.

3. Pesquise a reputação do veículo

Conhecer o veículo onde a notícia foi publicada é importante. Muitos sites, como o Sensacionalista e o Piauí Herald, criam notícias falsas, mas não com o intuito de criar boatos e sim de fazer humor. Por isso, é importante se certificar de que não está diante de uma página de humoristas, mas de um veículo jornalístico real.

Outros portais, por sua vez, usam nomes similares ao de veículos famosos, como O Globo ou a Folha de São Paulo, como avisa o próprio Facebook, e é importante prestar atenção aos detalhes da URL e da interface da página. Se a dúvida permanecer, vale pesquisar em veículos famosos, de dentro ou fora do Brasil, se a notícia foi dada por lá.

Pesquisar no Google e conhecer reputação do veículo ajuda a combater fake news (Foto: Reprodução/Bruno Soares)

4. Veja se a data de publicação é mesmo recente

Outra técnica bastante comum usada pelos espalhadores de boato é resgatar fatos antigos, muitas vezes já esclarecidos, e voltar a compartilhá-los como se fossem um acontecimento recente. Por isso, é importante ficar de olho na data de publicação original da notícia para ter certeza de que não está caindo nessa armadilha.

5. Use o bom senso e, se possível, consulte as fontes oficiais

Sempre que estamos diante de uma notícia é importante nos questionarmos sobre alguns aspectos. Esse acontecimento é científica ou politicamente possível? Será que essa pessoa ou empresa, por mais que eu não goste dela, seria capaz de fazer uma declaração como esta? E será que esta outra, por mais que eu simpatize com ela, não seria? Esse tipo de questionamento ajuda a evitar boatos improváveis, como supostas doações feitas pelo Facebook a cada compartilhamento de uma foto específica ou possíveis declarações feitas pelo Papa e outras figuras políticas.

Usar o bom senso e consultar fontes oficiais ajuda a combater fake news (Foto: Reprodução/Pond5)

Além disso, sempre que possível, é interessante consultar fontes oficiais, como uma provável decisão judicial que tenha gerado aquela notícia, ou verificar se o suposto projeto de lei do qual a publicação fala realmente existe. Esses passos ajudam a criar uma Internet mais segura, com mais diálogo e livre de mentiras.

Com informações de The Guardian, G1 e Jornal Extra

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