Criada como alternativa compacta e de baixo custo para a extensa linha de processadores com encaixe AM3 e AM3+ da AMD, a Gigabyte GA-78LMT-USB3 desponta como uma placa-mãe interessante no mercado nacional em virtude do preço convidativo. Compacta, a micro-ATX da Gigabyte pode ser encontrada no mercado brasileiro por preços que giram na casa dos R$ 350. Mas será que vale mesmo a pena economizar ao comprar uma placa-mãe antiga? Abaixo, você fica por dentro das características do hardware para descobrir se vale o investimento.

Placa aceita processadores AM3+ (e AM3) da AMD

Placa recebe processadores AM3+ e AM3 da AMD (Foto: Divulgação/Gigabyte)

O principal aspecto da placa da Gigabyte está no soquete AM3+, que permite instalação de processadores FX da AMD (ou os Phenom mais antigos). As CPUs FX fazem parte de uma linha de produtos descontinuada da marca e que, seis anos depois de seu lançamento original, apresentam algumas limitações técnicas e de performance.

A mais perceptível delas é que os FX não funcionam com memórias RAM tipo DDR4, mais rápidas que as DDR3.

Outra característica recorrente dessas CPUs está no alto consumo de energia e alta geração de calor, fatores que acabam contribuindo para que computadores com esse perfil tenham sistemas de refrigeração barulhentos.

O ponto positivo, no entanto, é que processadores FX de oito núcleos, como o FX 8350, estão com preços em conta em função da chegada dos novos Ryzen da AMD. É possível comprar o processador e a GA-78LMT-

... USB3 por R$ 900, em média.

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Nada de DDR4

Como mencionado anteriormente, a idade da placa e do tipo de processador para que ela foi criada acabam causando outras defasagens. A mais perceptível delas está no suporte à memória RAM: esta placa da Gigabyte funciona com DDR3, oferecendo suporte para um total de 32 GB de RAM em quatro slots.

Entretanto, a ausência de suporte ao DDR4 não chega a ser um problema tão grave quanto dois elementos que veremos a seguir.

Placa está restrita ao já defasado, e lento, SATA 2

Outro vestígio da idade do projeto está nas interfaces para discos rígidos. A placa da Gigabyte oferece conectores SATA 2, inferiores ao padrão SATA 3, mais recente.

Na prática, isso significa performance inferior para discos rígidos e SSDs instalados no periférico. Mesmo que o consumidor invista em um SSD SATA de última geração, a performance ficará limitada aos 3 Gb/s (gigabits por segundo) de velocidade da porta.

O uso de um SSD em um computador equipado com essa placa-mãe ofereceria performance bem inferior àquilo que o dispositivo é capaz de oferecer se instalado em uma placa mais recente.

Para comparação, o SATA 3, mais recente, opera ao dobro dessa velocidade: 6 Gb/s.

Placa de vídeo e barramento PCIe

Presença de GPU onboard simples é um diferencial importante para quem quer uma placa barata e eficiente (Foto: Divulgação/Gigabyte)

Os processadores FX da AMD são diferentes dos da Intel numa série de fatores, entre os quais a ausência de capacidade de reprodução de vídeo. Em geral, um computador com CPU FX precisa de uma placa de vídeo dedicada.

A Gigabyte contornou essa realidade ao colocar uma GPU Radeon HD 3000 para dar conta de tarefas gráficas simples. Compatível com DirectX 10, essa placa de vídeo tem performance baixa e não é suficiente para games. Entretanto, se o objetivo é comprar a GA-78LMT-USB3 para montar um HTPC (Home Theater Personal Computer) ou, simplesmente, um computador para uso como central de mídia, há performance de sobra na GPU para vídeos em resolução Full HD.

Em termos de placas dedicadas, a GA-78LMT-USB3 tem slot PCIe x16 para receber qualquer placa de vídeo disponível no mercado no momento. Entretanto, se repete aqui o problema do SATA: a interface é PCIe 2.0, inferior ao padrão 3.0 da indústria atualmente.

Uma placa de vídeo top de linha acabaria operando a uma fração de sua capacidade num computador com este modelo da Gigabyte, gerando um gargalo de performance.

Interfaces e portas

A placa é bem servida em portas de expansão, oferecendo suporte para oito USB 2.0 e quatro portas USB 3.0. Há também Ethernet RJ45, saída de som tipo P2 e um bom conjunto de interfaces para vídeo, em virtude da Radeon HD 3000: DVI-D e HDMI devem ser suficientes para monitores, TVs e até projetores.

Revisões de hardware

Uma forma de identificar com facilidade a revisão de hardware da placa está na cor: as versões em azul pertencem à edição 4.1 ou 5.0 (Foto: Divulgação/Gigabyte)

Um detalhe muito importante na hora de comprar a GA-78LMT-USB3 está nas chamadas revisões de hardware. A Gigabyte oferece o modelo nas revisões 4.1, 5.0 e 6.0. Como você deve ter imaginado, a revisão 6.0 é mais recente.

Isso significa, na prática, que a placa passou por modificações ao longo do tempo: conforme o produto é submetido ao rigor de milhões de usuários pelo mundo, falhas e eventuais defeitos de projeto são descobertos e sanados pelo fabricante nas revisões superiores.

Vale comprar?

A placa da Gigabyte escorrega em dois pontos críticos: a ausência de SATA 3 para discos rígidos e o fato de que o barramento PCIe da placa opera em regime 2.0. As demais características, como memória RAM DDR3 e suporte aos processadores FX da AMD são detalhes que podem ser encarados por quem está ciente dessas limitações, tem um orçamento mais apertado ou precisa de uma placa porque já possui um processador do tipo em mãos.

Abrindo mão do octa-core FX 8350, e escolhendo CPUs até mais baratas, o consumidor tem opções como o FX 4300, vendido a preços na faixa dos R$ 250 que, aliado com a Gigabyte GA-78LMT-USB3 pode representar um bom PC de baixo custo.



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