Só no ano passado o Brasil teve 6,5 mil vítimas de stalkerwares, aplicativos espiões utilizados para monitorar e rastrear atividades de uma pessoa específica. O relatório divulgado pela companhia de cybersegurança Kaspersky nesta quinta-feira (18) revela que cerca de 12% dos ataques globais com apps de espionagem de 2020 aconteceram no Brasil, o que fez o país ocupar o segundo lugar no ranking de vítimas dos programas maliciosos.
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A Rússia, com 12.389 ataques, ocupa o primeiro lugar no ranking global de vítimas dos programas maliciosos para rastrear parceiros e namorados. A lista dos países com o maior número de ataques por stalkerwares também inclui o México, com um total de 1.570 vítimas, a Índia, com 4.627, e os Estados Unidos, com 4.745.
A pesquisa conduzida pela Kaspersky ainda põe em evidência que a utilização deste tipo de programa está diretamente relacionada aos casos de abuso e violência doméstica contra mulheres em nível global. Segundo a Coalition Against Stalkerware (CAS), instituição criada pela Kaspersky em conjunto com outras nove organizações para conscientizar o público e melhorar a detecção de stalkerwares, o público feminino representa a maioria das vítimas dos ataques envolvendo os programas de espionagem.
O relatório também aponta que ano passado houve uma redução de 17% no número de ataques com stalkerwares no Brasil em comparação com o ano anterior. Isso se deu principalmente em meio as medidas de restrição impostas para a contenção ao novo coronavírus, já que as pessoas estiveram mais tempo em suas respectivas casas. No entanto, com o afrouxamento das restrições, o uso dos programas espiões voltou a crescer no país.
Saiba se proteger de app espião
Apesar de silenciosos, os stalkerwares podem ser identificados pelas vítimas. Alguns sinais observados a partir da utilização dos aparelhos podem indicar que o celular está infectado com stalkerware. Por isso, se você suspeita que o seu smartphone está com um app espião instalado, fique atento ao uso de dados e a bateria do celular. Como esses programas funcionam em segundo plano e precisam de acesso à Internet para enviar informações aos stalkers, é comum notar queda drástica na bateria e um pico no uso de dados móveis durante o dia.
Também vale checar as permissões concedidas aos aplicativos instalados no celular e suspeitar de permissões abusivas, já que um app espião pode estar disfarçado. Como exemplifica a Kaspersky, não faz sentido que um app de Wi-Fi peça permissão para acessar a sua localização, por exemplo. Com isso em mente, também é importante excluir apps que não são utilizados com frequência e desinstalar aplicativos que você não lembra ter baixado no celular.
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