A Google domina o mercado de smartphones com o seu Sistema Operativo Android… Mas na verdade, muitos se esquecem, que a gigante também está envolvida no mercado de smartwatches, o antigo Android Wear, que recentemente mudou de nome para Wear OS.

Caso não saiba, o Wear OS tem agora cerca de 5 anos no mercado… Contudo, ainda não conseguiu tirar partido de todas as suas potencialidades!

Curiosamente, o mercado de smartwatches Wear OS, até oferece bastante mais escolha, que a rival direta Apple. É perfeitamente possível ir a uma loja de aparelhos eletrónicos, ou até uma clássica ourivesaria, e encontrar inúmeros relógios Wear OS.

Aliás, para muitos, o aspeto circular mais tradicional destes relógios, até mete o design do muito popular Apple Watch no bolso. No entanto, a verdade é que a Apple domina o mercado de smartwatches sem grandes dificuldades…



A Samsung e Huawei são duas gigantes do mercado de smartwatches Android, mas nem elas querem apostar no Sistema Operativo Wear OS da Google!

Afinal de contas, como deve saber, a Samsung apostou no seu próprio SO Tizen, enquanto a Huawei até se deu ao trabalho de desenvolver o LiteOS, para os muito recentes Watch GT e Honor Magic.

Tudo isto levanta uma questão… Porquê é que duas das maiores fabricantes do mercado, se deram ao trabalho de desenvolver a sua própria solução? Em vez de apostar no software da Google… Duas marcas que ao fim ao cabo, são um sucesso no mercado de smartphones, graças a um outro software da Google, o SO Android!

O Wear OS parece ter sido um pouco esquecido, um pouco negligenciado, ficando um pouco atrás da ‘curva’… Mas parece que a Google quer mudar isto!

5 anos após o lançamento do Sistema Operativo, vamos tentar perceber como é que as coisas estão em 2019, e como é que podem melhorar no futuro.

Wear OS – O design

Como mencionei em cima, apesar do Apple Watch ser imensamente popular, existem vários utilizadores que preferem o design dos relógios baseados no Wear OS. Aliás, na minha honesta opinião, a quantidade de marcas focadas na moda e lifestyle que a Google tem como parceiras, é um dos pontos mais fortes da plataforma.

Neste momento tenho um Skagen Falster 2 no pulso, que além de ser um aparelho super premium, é também super bonito. Um design, que simplesmente não irá encontrar ao cuidado de uma empresa ‘tech’ como é a Samsung ou a Huawei.

Além disto, com tantas fabricantes debaixo da alçada da Google, é possível encontrar montes de designs, e montes de variações de hardware… Ou seja, é muito mais fácil encontrar uma solução personalizada.

A Fossil é um excelente exemplo disto mesmo, devido às muitas marcas que detém! 

Não foi por acaso, que a Google comprou muita da tecnologia da Fossil. É que esta empresa sabe bem o que está a fazer no mercado, muito graças às ‘n’ sub-marcas que tem sob a sua alçada. Onde podemos encontrar a Emporio Armani, Michael Kors, Skagen, Marc Jacobs, Diesel, entre outras.

Só dentro da Fossil, podemos encontrar toneladas de relógios Wear OS, todos eles com aspeto diferente. Além disto, podemos também jogar com o preço, existindo várias opções super bonitas, a um preço apelativo.

É impossível encontrar este tipo de experiência no lado da Samsung, Huawei ou até no lado da Apple. Afinal, apesar do Apple Watch ser o rei e senhor dos smartwatches, custa tanto quanto um OnePlus 7, e não funciona com smartphones Android, obrigando o utilizador a adquirir um iPhone.  Entretanto, no lado do Wear OS, pode gastar 100/150€ num smartwatch, e está servido!

Wear OS – O Software

Este é o grande defeito do Google Wear OS, apesar de pessoalmente gostar muito da plataforma da Google. Enquanto o design dos smartwatches está muito bem conseguido, e a interface do Sistema Operativo é muito agradável… A verdade é que a experiência é má, e sobretudo inconsistente.

É ridículo o relógio estar a vibrar por causa de uma chamada, mas só conseguir ver o contacto passados 5 segundos, devido à lentidão da interface. O que possivelmente poderá ter a ver o SoC disponível, mas também a ver com a otimização da equipa responsável pelo software.

Durante muito tempo, os utilizadores culparam a Google de não querer saber do Wear OS para nada. No entanto, as coisas estão a mudar, e prova disso é a implementação do ‘Tiles’, que não só melhora a experiência de utilização, como também melhora a velocidade de acesso à informação.

É muito por causa disto, que gostaria de ver um Pixel Watch no mercado, para ver aquilo que a Google quer fazer com o Wear OS.

Wear OS – O Hardware

O hardware destes relógios precisa de ser renovado muito rapidamente. É que caso não saiba, existe uma razão para o mais recente SoC Qualcomm Snapdragon Wear 3100 não ser muito utilizado em 2019… É basicamente igual ao mais barato Wear 2100… Que por usa vez, é quase igual ao seu antecessor.

As marcas andam a lançar smartwatches em 2019, com hardware pensado em 2015… É algo que sinceramente não faz qualquer sentido.

Isto já para não falar na quantidade de RAM que o SO realmente necessita, mas que só agora começou a ser fornecida! Exemplo disto é o TicWatch Pro 4G, que chegou agora ao mercado com 1GB de memória RAM… Transformando completamente a performance do relógio. É que não tem nada a ver com o primeiro TicWatch Pro, que apenas tem 512MB.

O que lá está… Me faz questionar… Será que faz sentido andar a lançar relógios com 512MB de memória RAM? Enquanto tempos smartphones com 12GB no mercado? Será que é assim tão complicado meter mais RAM?

Mas calma! Segundo várias informações recentes, a Qualcomm já percebeu que há dinheiro a ser ganho neste mercado. Por isso, já se encontra a trabalhar num novo SoC, de seu nome Wear 429. É esperar…

Conclusão

O mercado de smartwatches Wear OS está em queda… Aliás, já está abaixo dos 10% de quota de mercado. Isto enquanto, a Samsung (sozinha) conta com 11% de quota, graças aos seus relógios Tizen. Isto indica que o sistema operativo da Google precisa de mudanças urgentes!

Dito isto, parece que esta é a altura indicada para lançar um Pixel Watch, que é no fundo, a versão da Google do smartwatch perfeito, para mostrar tudo aquilo que o seu SO é capaz de fazer.


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Saiba mais sobre o Google Wear OS, aqui.