Redes de 700 MHz são uma peça importante da ampliação da cobertura e para melhoria da qualidade de serviço do 4G no Brasil. Disponível para as operadoras de telefonia com o desligamento do sinal de TV analógica, essa faixa de frequência permite maior cobertura de 4G com investimentos menores e pode facilitar a implementação do 4,5G, além de ser parte importante de outros serviços, como as chamadas telefônicas via redes de quarta geração, o chamado VoLTE. A seguir, entenda como funciona o 4G de 700 MHz.

Telefonia móvel e faixas de frequência

A comunicação dos nossos celulares com a infraestrutura das operadoras se dá por sinais de rádio, da mesma forma que os sinais de TV se propagam das antenas até chegarem na sua casa. A diferença, basicamente, é que emissoras de TV e rádios ocupam determinadas faixas de frequência, enquanto serviços de telefonia usam outras.

Essas diferentes faixas de frequência existem para atender a necessidades técnicas específicas – que vão das emissoras de rádio da sua cidade e a operadora de telefonia móvel de cobertura nacional – mas também para organizar o uso do espectro de forma que todo mundo seja atendido sem que um tipo de uso interfira no outro.

Diferentes tipos de frequência

Quando se fala em sinais eletromagnéticos, como são os casos do sinal de rádio, é preciso considerar a seguinte situação: quanto maior for a frequência – em geral medida em Hertz (Hz) –, maior a dificuldade desse sinal ultrapassar obstáculos e barreiras físicas.

Por exemplo, a luz visível tem alta frequência e você sabe que a luz que o sol emite não passa pelas paredes da sua casa. Do outro lado, o sinal de rádio e as micro-ondas do forno, por exemplo, são exemplos de sinais de frequência mais baixa, e que portanto têm maior capacidade de penetração em barreiras físicas.

O que isso tem a ver com TV analógica?

No Brasil, redes de celular 4G usam faixas de 1.800 MHz (chamada banda 3) e 2.600 MHz (banda 7). Por conta de características físicas relacionadas a como ondas eletromagnéticas se propagam, são frequências consideradas altas, o que as torna ideais para serviços que dependem de maior velocidade de rede. O efeito colateral é a cobertura mais limitada.

Como você já sabe que sinais de alta frequência têm maior dificuldade de penetrar barreiras físicas, fica fácil de entender que há restrições relacionadas à capacidade de cobertura da infraestrutura disponível atualmente, já que não apenas esses sinais têm dificuldade de vencer obstáculos, como também apresentam perda de intensidade quando o fazem. É por isso que você tende a perceber que a internet 4G do seu celular fica muito mais lenta e instável quando você está no interior de algum edifício.

Uma forma de contornar esse problema da perda de força e da dificuldade de cobrir uma área ampla e densamente povoada seria aumentar muito a base instalada de antenas 4G para melhorar a cobertura. Entretanto, esse tipo de investimento, especialmente em grandes centros urbanos, pode gerar custos altos.

É para equacionar esse impasse e encontrar um caminho mais eficiente de aumento da rede 4G, do ponto de vista econômico, que operadoras brasileiras buscam a faixa dos 700 MHz. Ela tem penetração muito maior que as demais bandas usadas no país para as redes da chamada quarta geração.

Entram os 700 MHz

De frequência muito mais baixa que o 4G padrão nacional, o sinal de 700 MHz é usado pela TV analógica nas regiões do país que ainda não desligaram o serviço. Em outras, já está liberada para que operadoras instalem antenas 4G capazes alcançar um nível de penetração e área de cobertura muito maiores do que as bandas de frequência maior. O custo de instalação é mais baixo do que com antenas 4G de 2.600 MHz.

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Se você reside numa cidade onde as operadoras já exploram os 700 MHz, é grande a chance de que esteja usando o novo sinal sem perceber. Nos grandes centros, a ativação dessa faixa acaba sendo combinada aos outros sinais 4G, dando espaço para a oferta do que as operadoras chamam de 4,5G (ou 4G+) e da chamada de voz VoLTE, com alta qualidade.

Nesses lugares, mesmo que o 4G+ e o VoLTE ainda não tenham sido implementados, o usuário deve sentir uma melhora na cobertura, já que o sinal acaba tendo maior facilidade de se propagar.

Os iPhones

Os novos iPhones XR, iPhone XS e iPhone XS Max vendidos nos Estados Unidos são exemplos de aparelhos que não oferecem suporte às redes brasileiras 4G de 700 MHz. Desenvolvidos para o mercado norte-americano, são modelos que reconhecem essa faixa. Funcionam, portanto, só com o antigo 4G.

O celular continuará conectando no 3G e no 4G de outras frequências, mas talvez alcance velocidades menores e instabilidades de conexão no interior de espaços fechados. Outro problema é a falta de sinal 4G ao tentar usar o serviço em uma área atendida apenas pela banda de 700 MHz.

Por outro lado, é bom enfatizar que os novos iPhones de versão nacional, vendidos pela Apple oficialmente no mercado brasileiro, oferecem suporte total ao 4G em uso no país.

Compatibilidade

Aparelhos nacionais – ou vendidos em caráter oficial no mercado brasileiro – já trazem suporte ao 4G de 700 MHz há alguns anos, de maneira que você não precisa se preocupar muito com a questão da compatibilidade. Em todo caso, para tirar dúvidas, recorra sempre à documentação oficial do fabricante sobre o seu modelo.

A questão da compatibilidade entra em cena na hora de importar, como é o caso dos últimos iPhones. Por isso, é preciso estar atento à compatibilidade antes da compra.

Via Anatel (1 e 2), Teleco e TIM

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