Detetive Pikachu é uma nova versão da famosa série Pokémon, mas que passa longe das batalhas, jogabilidade de RPG e outros elementos que a tornaram clássica. Neste game, lançado para o Nintendo 3DS, os jogadores colaboram com um Pikachu falante, que deve resolver casos dignos de um Sherlock Holmes. O título é bem diferente e é uma forma de tentar agradar fãs de todas as idades. Confira nossa análise completa e entenda melhor a proposta:

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Como assim um Pikachu falante?

Na história de Pokémon, foram poucas as criaturas que vimos falar como seres humanos. O exemplo mais popular é Meowth, membro da Equipe Rocket. Mas aqui, em Detetive Pikachu, vamos além. O personagem central é um Pokémon falante, inteligente e que ainda te dá broncas, se fizer alguma besteira!

Confira a análise de Detetive Pikachu (Foto: Divulgação/Nintendo)

O enredo começa com o nosso Pikachu central desolado, pois nenhum ser humano consegue entender suas palavras, apenas os sons característicos. Pouco tempo depois, ele esbarra com um menino, conhecido como Tim, que está chegando à cidade, e que, por algum motivo, consegue entendê-lo. Ao mesmo tempo que a dupla se conhece, um grupo de Aipom, uma espécie de Pokémon macaco, passa pelo local e rouba um colar. Está formado seu primeiro caso!

Com um grande senso de justiça, a dupla decide ajudar e investigar o paradeiro do Aipom, bem como tentar recuperar o colar, que era um objeto precioso para seu dono. A partir daí os dois se envolvem não apenas nesta, mas também em outras investigações, instaurando o ar de detetive ao game.

Pikachu e Tim se unem para investigar casos em Detetive Pikachu (Foto: Divulgação/Nintendo)

Na verdade, a narrativa em Detetive Pikachu é bem parecida com o tom de um desenho animado. Os diálogos, infelizmente sem legenda em português, são todos crassos de animações de Pokémon. Ainda que o traço dos seres humanos seja bem diferente do anime, deu para notar que a produção se esforçou ao tentar manter o clima ameno.

Jogabilidade investigativa

Como esperado, a jogabilidade em Detetive Pikachu se difere, e muito, do que vemos no restante da série. O jogo se parece com o estilo “adventure”, de apontar e clicar. A diferença é que você não move um cursor, mas sim Tim, que fica encarregado de recolher provas em cada “cena de crime”. Pikachu participa de forma indireta, te dando dicas e falando instruções importantes de como seguir.

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A jogabilidade de Detetive Pikachu difere bastante da série como um todo (Foto: Divulgação/Nintendo)

Os controles são básicos. O analógico em disco move o personagem e há apenas um botão para confirmar ações. A tela sensível ao toque funciona como interação com os objetos e também com as anotações feitas durante uma investigação. É prático e bem fácil de entender, mesmo para quem não está acostumado em títulos deste tipo.

Um ponto bem positivo é que os casos são variados. Apesar de todos girarem em torno de algo que sumiu ou em relação a alguma ação ilegal que um Pokémon cometeu, as resoluções são criativas e, em geral, divertidas de acompanhar. Os personagens que aparecem ajudam no carisma, então a história se mantém em alta.

Detetive Pikachu: as investigações são variadas e as resoluções são criativas (Foto: Divulgação/Nintendo)

É claro que os casos não são tão fáceis quanto parecem, ainda que girem entre objetivos similares. O game começa bem tranquilo, mas logo entra em uma curva de aprendizado acentuada, levando o jogador a níveis de dificuldade bem altos, considerando se tratar de um título para todas as idades, ou todo tipo de usuário.

Mas, enquanto temos variedade nas investigações, Detetive Pikachu não faz muito mais além de oferecer a campanha. Tudo bem que ela vai durar bastante, pouco mais de 10 horas - isso se você jogar de forma mais lenta. Mas é muito mais curto do que qualquer outro jogo da saga – e, sim, sabemos que os outros são RPGs e com muito mais conteúdo a ser explorado. Ainda assim, destoa um pouco.

Detetive Pikachu tem uma campanha curta (Foto: Divulgação/Nintendo)

Há ainda alguns “quick time events”, aqueles momentos em que você precisa pressionar botões com o tempo certo para realizar uma ação, o que acaba tirando um pouco do carisma e deixa a cena com ar de genérica. De fato, o mérito do jogo acaba ficando na presença dos personagens, combinado aos cenários variados e às investigações, que são divertidas de acompanhar. Isso torna a jogabilidade “redondinha” - isto é, completa em sua própria forma.

Gráficos? Depende

Detetive Pikachu foi mostrado como um game bem bonito e desenvolvido em seus trailers e imagens de divulgação, mas depende em qual 3DS você está jogando. Nos modelos mais básicos, ele não parece tão bonito assim. As texturas ficam “lavadas” e os personagens parecem sem expressão. O jogo fica bem melhor quando rodado em um New 3DS ou qualquer outro aparelho mais recente – e isso meio que é um ponto negativo, de certa forma.

Os gráficos de Detetive Pikachu variam de aparelho para aparelho (Foto: Divulgação/Nintendo)

O som também é um pouco baixo demais. Mesmo sabendo inglês, o jogador pode se perder, se não ler as legendas. Como Pikachu fala, é de extrema importância que você ouça tudo com atenção, já que muitas pistas ou dicas para resolução dos casos serão passadas pelo monstrinho amarelo. 

Conclusão

Detetive Pikachu é o que planeja ser e nada além disso. Trata-se de uma aventura simples, com o famoso Pokémon em papel central, mas com jogabilidade totalmente diferente de outros RPGs da série. Não há combates diretos, mas sim muitas conversas, diálogos e possibilidade de descobrir segredos em cada cena para resolver cada caso. Há alguns detalhes que não agradaram tanto na jogabilidade, como os quick time events, além dos gráficos que poderiam ser melhores em todos os aparelhos, além do som baixo demais. Mas, como primeira experiência nesta “nova série”, Detetive Pikachu se sai bem e o resultado final é positivo.

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