Cientistas da Universidade de Rice, nos Estados Unidos, investigam a possibilidade do uso de asfalto na criação de baterias de lítio de maior capacidade e que permite recarga 10 a 20 vezes mais rápida do que a possível nas baterias de lítio atuais presentes em celulares, computadores e até carros. A bateria resultante do estudo foi testada em mais de 500 ciclos de recarga, apresentando resultados interessantes por conta da alta densidade energética, mas especialmente pela alta velocidade de carga e pela segurança.

Técnica criada pelos cientistas permite que baterias de lítio carreguem mais rápido do que as atuais (Foto: Luciana Maline/TechTudo)

Os pesquisadores adicionaram asfalto ao ânodo da bateria (mais propriamente a asfaltita), misturando o composto a nanofibras condutivas de carbono. O material foi depois revestido com lítio. A bateria final consiste no ânodo e num cátodo de carbono sulfurizado (uma bateria consiste nesses dois pólos e é o trânsito dos elétrons entre eles que libera a energia que você consome).

Segundo os cientistas, a bateria resultante apresentou 943 watts-hora por quilo de densidade energética (para você ter uma ideia, a bateria de celular mais avançada disponível beira a casa dos 150 watts-hora por quilo).

Mas, de acordo com os cientistas,

... o que realmente chama atenção é a possibilidade de submeter essas baterias a correntes de intensidades elevadíssimas, na casa dos 20 mA, permitindo ciclos completos de recarga em 5 minutos.

Asfalto torna as baterias mais seguras

Outro efeito da aplicação do asfalto na construção das baterias foi a prevenção da criação dos chamados dendritos: toda vez que você carrega uma bateria de lítio, o material tende a se deformar, criando pequenos tentáculos. Com o tempo, dependendo do uso e qualidade da bateria, esses tentáculos podem criar curtos-circuitos que levam a bateria a explodir.

De acordo com os cientistas, o uso da combinação entre asfalto e nanofibras de grafeno previnem esse risco, mantendo o ânodo mais estável e evitando a proliferação dos dendritos.

Os cientistas não sabem precisar uma janela de tempo viável para que uma tecnologia assim seja aplicada comercialmente. Entretanto, os pesquisadores chamam atenção para o fato de que o modelo permite processos de fabricação bastante simples para a tecnologia atual o que, teoricamente, poderia tornar viável a adoção das baterias com asfalto em questão de poucos anos.

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