Dois projetos brasileiros participam da fase final da Imagine Cup — a competição internacional da Microsoft que incentiva estudantes universitários de todos os cantos do mundo a desenvolverem soluções criativas e com potencial de impacto global. O TechTudo explica como funcionam as duas ideias: o Bubu Digital, uma chupeta capaz de monitorar a saúde de bebês; e o Upfish, uma solução para monitorar a criação de peixes e aumentar a sua produtividade em sistemas de aquicultura.

A tecnologia tem o poder de simplificar tarefas complicadas e de oferecer um novo horizonte de possibilidades. Com isso, as 54 equipes formadas por jovens desenvolvedores vão apresentar seus projetos para três jurados na 15ª edição da disputa que acontece dia 27 de julho, em Seattle, nos Estados Unidos.

Os times participantes concorrem a mais de US$ 200 mil em prêmios e será possível acompanhar a transmissão ao vivo da competição via Internet, a partir das 13h, na página do evento (imagine.microsoft.com).

Imagine Cup: a fase internacional da competição da Microsoft acontece no dia 27 de julho (Foto: Reprodução/Microsoft)

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Prêmios

Na competição que transforma projetos acadêmicos em startups, as equipes participantes concorrem a US$ 100 mil em dinheiro, uma doação da Azure no valor de US$ 120 mil, uma viagem para a conferência de desenvolvimento da próxima Build e uma sessão de tutoria com Satya Nadella, o CEO da Microsoft.

Os projetos brasileiros

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Bubu Digital

O Bubu Digital foi desenvolvido por Rychard Guedes, Júlio Coelho e Adjamilton Júnior, estudantes de Engenharia Elétrica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. A ideia envolve um objeto que já faz parte do universo de crianças pequenas, porém com um upgrade tecnológico: uma chupeta smart que traz sensores de temperatura e umidade.

De acordo com os estudantes, o propósito é reduzir a taxa de mortalidade infantil ao oferecer uma ferramenta que permite monitorar a saúde da criança à distância — já que os cuidados com elas implicam diretamente nesse índice.

Equipe do projeto Bubu Digital na etapa brasileira da Imagine Cup (Foto: Reprodução/Microsoft)

Como funciona?

Com os sensores, é possível detectar de forma rápida sintomas comuns a muitas doenças, como febre e desidratação, por exemplo. As informações captadas pela chupeta são enviadas para a nuvem da Microsoft, onde os dados são processados e armazenados. Usando programas que estão também na nuvem, é possível enviar os dados para o aplicativo do projeto — que poderá ser baixado em celulares e tablets. O app tem recursos que geram gráficos, lembretes, além de compartilhar as informações sobre o bebê com o seu pediatra, por exemplo.

Versões da Bubu Digital: a chupeta passou por aperfeiçoamentos no tamanho e no formato do bico. (Foto: Reprodução/Microsoft)

Permitir que pais monitorem a saúde de seus filhos é apenas a primeira etapa. Usando técnicas de bigdata com os dados armazenados, os desenvolvedores também idealizam um mapeamento nacional da saúde infantil, contribuindo com possíveis medidas estratégicas de saúde pública.

''Com o Bubu Digital sendo usado em larga escala teremos à nossa disposição uma infinidade de dados relevantes sobre a saúde das crianças no Brasil. Então, ao trabalhar com essas informações, é possível extrair insights úteis para pesquisas da área médica", explica Guedes, do Bubu Digital.

"Seguindo a mesma ideia, é possível chegar ao ponto de rastrear o surgimento de determinadas epidemias e, até mesmo, prever doenças. Tudo isso usando técnicas de machine learning com base nesses dados. Uma máquina conseguirá perceber determinados padrões que são invisíveis ao olho humano'', completa.

Upfish

O Upfish também foi elaborado por três estudantes: Alfredo Cavalcante e Carlos Eduardo Millani, alunos de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Estadual de Campinas; e Elton Soares, de Neurociência da Universidade Federal do ABC.

A ideia do projeto é monitorar a produção de peixes e instruir donos de sistemas de aquicultura a manter o ambiente o mais favorável possível — aumentando lucros. Para isso foram desenvolvidos um hardware e um software. O aparelho tem sensores que detectam o pH, a temperatura e o oxigênio dissolvido na água. Esses dados são enviados para o software na nuvem, onde são processados e depois devolvidos ao app, no celular do produtor, com recomendações.

Equipe do projeto Upfish na etapa brasileira da Imagine Cup (Foto: Reprodução/Microsoft)

Como funciona?

O serviço de nuvem torna o Upfish viável. Além de permitir que toda a inteligência do produto esteja acessível aos produtores rurais por meio da Internet, serviços da Azure (como o IoT Edge) são usados para controlar os aparelhos de qualquer lugar do Brasil à distância e mandar atualizações automáticas do hardware.

Com as instruções, é possível controlar a qualidade da água — já que o app informa a quantidade de cal, gesso ou sal que deve ser aplicado para corrigir algum dos parâmetros, por exemplo. Além disso, os sensores eletrônicos também permitem o cálculo da quatidade ideal de ração, tendo em vista as condições do ambiente. A solução traz ganhos como o aumento da taxa de sobrevivência dos animais e também evita o desperdício de ração — no final, cria economia de recursos.

Aplicativo do Upfish envia recomendações aos donos de sistemas de aquicultura (Foto: Reprodução/Microsoft)

''A qualidade da água é a raíz dos dois maiores problemas de um produtor de aquicultura: os altos gastos com ração (em torno de 70% de todo custo operacional) e as altas taxas de mortalidade (em torno de 15%) dos peixes. O pescado num bom ambiente absorve uma maior quantidade de nutrientes e nossos cálculos permitem que a ração não seja desperdiçada'', explica Soares, do Upfish.

Veja todos os projetos que participarão da etapa final da Imagine Cup, no dia 27 de julho, acessando a página da Microsoft Imagine (blogs.msdn.microsoft.com/microsoftimagine).



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