Diversos jogos inesquecíveis são fruto de anos de desenvolvimento e orçamentos astronômicos. Mas esses dois ingredientes não são garantia de sucesso entre o público. Há casos em que mais de uma década de criação e cifras impressionantes são insuficientes para que um game conquiste os jogadores.

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Na lista abaixo, você vai conhecer alguns exemplos de títulos que custaram muito dinheiro para serem criados, mas acabaram falhando na hora de despertar o interesse dos usuários. Outros casos mostram produções que prometiam muito, mas que foram recebidas de maneira fria pelo público. Confira:

Grandes orçamentos e altas expectativas não são garantia de sucesso (Foto: Montagem/Filipe Garrett)

Brütal Legend (2009) - PC, PlayStation 3 e Xbox 360

A ideia era colocar o jogador para combater monstros munido de uma guitarra num mundo tomado de heavy metal, controlando Jack Black. O jogo ainda tem as vozes de Lemmy Kilmister, Rob Halford, Ozzy Osbourne, Lita Ford, e  Tim Curry.

Brütal Legend tinha tudo para dar certo, mas ocultar mecânicas de estratégia dos jogadores antes do lançamento acabou dando errado (Foto: Divulgação/EA)

Tudo parecia interessante, mas o game decepcionou os usuários porque a desenvolvedora, Double Fine, orientada pela Eletronic Arts, apenas focou em mecânicas de ação e aventura, escondendo o fato de que Brütal Legend usa uma mecânica de estratégia em tempo real, que é rara em consoles. Os jogadores se decepcionaram ao descobrirem que o game era muito mais estratégia do que aventura. Brütal Legend vendeu apenas 215 mil cópias.

Duke Nukem Forever (2011) - PC, PlayStation 3 e Xbox 360

É possível resumir o jogo em um processo conturbado de desenvolvimento e uma série de notícias que surgiam sazonalmente. Tudo isso para garantir que Duke Nukem Forever seria tudo que os fãs da série queriam: aventura, aliens monstruosos, armas insanas, altas doses de humor negro e gráficos impressionantes.

Duke Nukem Forever levou mais de 15 anos em desenvolvimento (Foto: Divulgação/Gearbox Software)

Mas o jogo chegou com proporções mínimas. Só a 3D Realms perdeu estimados US$ 20 milhões de dólares no processo. O custo total do desenvolvimento de Duke Nukem Forever é estimado em US$ 30 milhões.

Enter the Matrix (2002) - PC, Xbox, Game Cube e PlayStation 2

Há uma norma que estabelece que games lançados para acompanhar filmes de sucesso tendem a ser ruins. Um dos campeões dessa regra é Enter

... the Matrix, título de 2002 desenvolvido para embarcar no grande sucesso da trilogia naquela altura.
Enter the Matrix decepcionou os fãs da trilogia (Foto: Divulgação/Infogrames)

Entre a série de críticas ao game estão o fato de que as mecânicas de desacelerar balas e se esquivar são muito mal feitas no jogo e que, em vez de controlar o personagem Neo, de Keanu Reeves, o jogador precisa se conformar com a coadjuvante Trinity. Estima-se que Enter the Matrix custou US$ 20 milhões.

All Points Bulletin (APB Reloaded) (2010) - PlayStation 3 e Xbox 360

No papel, o game era uma proposta para desenvolver um GTA ainda mais ambicioso para a época. Ao custo estimado de US$ 100 milhões, o título para PlayStation 3 e Xbox 360 foi recebido de forma bastante negativa pela imprensa especializada. As pesadas críticas ao jogo repleto de bugs e problemas levaram a demissões e o quase fechamento da Realtime Worlds, que desenvolveu originalmente All Points Bulletin.

Versão original de APB falhou miseravelmente na tarefa de competir com GTA (Foto: Divulgação/Realtime Worlds)

Mas essa história teve um final feliz: a pequena K2 Network assumiu a bomba e remodelou APB, adicionando o “Reloaded” no título, fazendo do game um F2P de sucesso, disponível hoje na Steam.

Driv3r (2004) - PC, PlayStation 2 e Xbox

Sequência dos famosos Driver do primeiro PlayStation, esperava-se um game cheio de ação e com uma pegada que o colocasse em pé de igualdade com GTA, que vinha ganhando cada vez mais espaço.

Driv3r tentou competir com GTA com modo história que podia ser concluído em apenas três horas (Foto: Reprodução/YouTube)

O jogo acabou chegando com pesadas críticas, em especial contra o modo história que durava apenas três horas. Não se sabe quanto dinheiro foi investido no jogo, mas no semestre seguinte, a Atari, responsável pelo título, anotou perdas de US$ 16 milhões.

Daikatana (2000) - Nintendo 64 e PC

Imagine um game tão mal sucedido que, sozinho, ele é capaz de fechar o estúdio responsável pelo seu desenvolvimento.

Gráficos ruins e gameplay esquisito acabaram com Daikatana (Foto: Divulgação/Steam)

Esse foi o caso de Daikatana. O game conta a história de vingança de um samurai e estima-se que tenha custado mais de US$ 40 milhões a Ion Storm, responsável pelo desenvolvimento do título. Sem considerar os US$ 25 milhões gastos pela Eidos, que iniciou o projeto. Vendeu menos de 200 mil cópias e o desastre foi tão grande que acabou selando o fechamento da Ion Storm.

Beyond Good and Evil (2003) - Game Cube, Xbox 360 e PlayStation 3

A ideia era criar uma nova trilogia de games de aventura, em que o jogador combatia uma invasão alienígena. Criado pela Ubisoft, Beyond Good and Evil é um caso de recepção calorosa pela crítica, mas desinteresse generalizado do público.

Ubisoft acabou cancelando os planos ambiciosos para sequências de Beyond Good and Evil (Foto: Divulgação/Ubisoft)

Em entrevistas, ex-funcionários da Ubisoft da época explicam que o grande problema encarado pelo game foi a pesada concorrência de lançamentos da própria Ubisoft no período: Splinter Cell e Prince of Persia: Sands of Time chegaram ao mercado no mesmo momento. Pela fraca venda, a Ubisoft colocou os planos da trilogia na geladeira.

Grim Fandango (1998) - PC

Hoje, ele é reconhecido como um grande clássico. Mas não foi sempre assim. Quando lançado originalmente, Grim Fandango falhou em capturar a atenção dos jogadores e fãs dos projetos da finada Lucas Arts.

Hoje clássico, Grim Fandango teve fraco desempenho de vendas na época do lançamento, em 1998 (Foto: Divulgação/Double Fine)

Estima-se que o jogo tenha vendido menos de 500 mil cópias em todo o mundo e o desempenho relativamente tímido de Grim Fandango é apontado como uma das causas da morte do gênero aventura e “point and click” nos anos 1990.

Shenmue (1999) - Dreamcast

Na moda em virtude da perspectiva do terceiro game da série, o Shenmue original foi o game mais caro já desenvolvido na sua época: custou à Sega US$ 70 milhões.

Ambicioso projeto da Sega para o Dreamcast, Shenmue teve baixo desempenho de vendas (Foto: Divulgação/Sega)

Extremamente ambicioso, o título foi apresentado como a resposta da Sega aos jogos no PC: Shenmue teria gameplay inovador, gráficos superiores e seria o capítulo inicial de uma nova trilogia. Apesar das críticas positivas, vendeu apenas 1,2 milhões de cópias.

ET (1982) - Atari 2600

Já mencionamos um jogo que, sozinho, destruiu um estúdio. ET foi mais adiante, sendo apontado como o símbolo da quase destruição da indústria dos videogames.

Para muitos, o pior jogo da história, ET é um símbolo dos lançamentos ruins da Atari que quase destruíram toda a indústria (Foto: Reprodução/YouTube)

Muito se sabe sobre as razões do fracasso: a combinação de desinteresse latente do público pelos jogos e o lançamento de um game que não tinha muita relação com um filme de sucesso, era ridiculamente difícil e repleto de erros, criou o colapso da Atari e da indústria como um todo. Basta dizer que no auge da crise, a Atari reportou perdas de US$ 356 milhões no fim de 1983.

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