Tecnologias como rastreamento de localização e reconhecimento facial podem tornar os aplicativos práticos, mas também podem deixar o celular exposto e invadir a intimidade de usuários. Desde a polêmica do Facebook com o escândalo de privacidade da Cambridge Analytica, esse tema ganhou importância, e é preciso cada vez mais prestar atenção aos dados que fornecemos a aplicativos e outros serviços online. Confira, na lista a seguir, cinco tecnologias presentes em apps que podem invadir a sua privacidade, e saiba como proteger seus dados na Internet.

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1. Rastreamento de localização

Alguns aplicativos exigem que o usuário ative a localização do celular para acessar os serviços do app. Embora informar esses dados seja necessário no caso de programas de visualização de mapas e de transportes, essa tecnologia pode ser controversa. Por exemplo, aplicativos espiões são usados para rastrear namorados e funcionários e trazem riscos à privacidade das pessoas, já que, além da localização, podem captar várias outras informações das vítimas, como contatos, conversas em mensageiros e tudo o que é digitado no teclado.

O debate de rastreamento de usuários está em alta no momento, com o grande número de softwares criados para acompanhar a disseminação da Covid-19. Segundo análise do MIT, a maioria dos aplicativos de rastreamento de contágio do novo coronavírus não informa de forma transparente o destino das informações dos usuários. Para evitar esse tipo de exposição, recomenda-se desativar a localização em tempo real do celular, e usar o recurso apenas quando realmente necessário.

2. SDK (kit de desenvolvedor)

O Software Development Kit (SDK) consiste nas ferramentas necessárias para o desenvolvimento de um software. O SDK permite integrar informações de serviços diferentes, por exemplo, por meio da opção de login com conta do Facebook ou do Google. Contudo, essa tecnologia também pode facilitar o compartilhamento não consensual de informações. O Facebook chegou a entrar com uma ação judicial contra a empresa analítica One Audience por usar o SDK da rede social em seus aplicativos para controlar e coletar dados de usuários do Facebook.

Outro exemplo mais recente de invasão de privacidade aconteceu com o Zoom, segundo reportagem do site americano de tecnologia Motherboard em março. O SDK do Facebook, presente no aplicativo de videoconferências para iPhone (iOS), permitia que os serviços compartilhassem dados de usuários do sistema da Apple. Após o caso vir à tona, o Zoom removeu o SDK do Facebook das configurações do app.

Para evitar a troca de dados de serviços diferentes, o ideal é sempre criar uma conta nova ao se cadastrar em um aplicativo. A opção de usar um e-mail e senha diferentes impede a vinculação logins de outros serviços.

3. Deepfake

Deepfake é uma técnica de inteligência artificial que permite criar imagens ou sons realistas. Ela pode ser usada para diversão, como para inserir seu rosto em memes, mas traz à tona o debate de privacidade, já que a tecnologia dificulta discernir o real do falso e pode armazenar dados faciais e vocais de usuários sem permissão.

Por isso, é importante seguir algumas dicas para reconhecer se um vídeo, foto ou áudio na verdade trata-se de um deepfake. É possível detectá-lo por movimentos da face e do cabelo, que costuma ficar fixo e não se mexer muito nos vídeos falsificados. Além disso, políticos costumam ser alvos desse tipo de produção, de forma que é preciso checar em veículos oficiais se determinada figura pública realmente deu a declaração exposta no vídeo. Ainda, vale fazer um

... a busca em mais de um site para confirmar se a foto ou vídeo em questão aparece em outros portais confiáveis.

4. Reconhecimento facial

Reconhecimento facial permite ler o rosto de pessoas para identificá-las ou classificá-las de acordo com os critérios requeridos pelo serviço. No Facebook, por exemplo, seu objetivo é reconhecer o usuário em fotos para facilitar a marcação automática em imagens. A função divide opiniões, já que a biometria facial é um dado sensível de ser armazenado, uma vez que não tende a mudar (diferente de senhas alfanuméricas).

Essa tecnologia chegou a ser implantada pela polícia britânica para identificar criminosos, mas a ferramenta não é eficaz: testes da Universidade de Essex, na Inglaterra, indica que, dentre 22 pessoas detidas por meio do software de reconhecimento facial, apenas oito eram de fato procuradas pela justiça. Especialistas recomendam desativar a leitura facial em programas que a função está disponível, e é importante tomar cuidado ao ler os termos de uso na hora de fazer upload de uma foto na Internet.

5. Registro de atividades no celular

Stalkerwares são aplicativos espiões usados para vigiar parceiros, crianças e até funcionários. Os programas, instalados sem o consentimento da vítima, são capazes de rastrear informações como localização do aparelho, histórico de navegação e mensagens SMS. Caso suspeite que é vítima de stalkerware, é possível seguir algumas dicas para detectar a presença do app indesejado no smartphone.

Um dos sinais mais comuns é o aumento no uso de dados móveis, pois essas ferramentas usam a Internet para enviar informações sobre o alvo a terceiros. Além disso, é preciso observar se o celular apresenta algum aplicativo que não tenha instalado ou se recebeu mensagens desconhecidas. O rápido consumo da bateria também pode ser considerado um indício.

Para se proteger, procure colocar uma senha no seu celular e guardar o código somente para você, evite baixar aplicativos de fontes externas, verifique os aplicativos instalados no seu celular periodicamente e atualize o antivírus do smartphone constantemente.



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