Você viu uma oferta ótima na Black Friday, seguiu todas as dicas de segurança para comprar online e está na página de carrinho fechando a compra — ou sequer conseguiu chegar nela ao clicar no link da loja —, e não consegue finalizar a transação. Não há nada mais frustante no e-commerce do que um site que trava ou cai o tempo todo. Os motivos são vários e os prejuízos, principalmente para varejistas, são muitos. Quando dizemos que um site caiu, geralmente, significa que a plataforma de venda não conseguiu suportar a quantidade de acessos. Ou seja, de tráfego no momento.

Saiba como comprar com segurança; vídeo

10 milhões de pedidos

Para a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), só as lojas virtuais deve receber cerca de 10 milhões de pedidos. A associação prevê, ainda, que devem ser mais buscados os produtos de informática, celulares, eletrônicos, moda e decoração, com ticker médio de R$ 246. Já a Ebit, que é referência em dados sobre o e-commerce brasileiro, está mais otimista e estima média de R$ 695.

Ricardo de Paola, CTO da Infracomerce, empresa que cuida de grandes lojas virtuais como Decathlon, Casas Bahia, Ponto Frio e outras, explica que a situação se parece quando uma casa tem uma rede elétrica precária e, ao ligarmos muitos aparelhos ao mesmo tempo, que consomem muita luz, a energia da casa cai.

Para evitar que isso aconteça em plena Black Friday ou em outras festas como o Natal, o principal a fazer é a manutenção preventiva. "Assim como devemos manter a instalação elétrica em bom estado, trocar os cabos mais velhos, e etc, no caso de um site, precisamos monitorar constantemente sua performance, servidores e desenvolver soluções que o tornem cada vez mais ágil e robusto", diz.

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Sobre os porquês que levam um site de loja online a fica fora do ar no maior período de vendas com descontos do ano, o especialista explica que são vários: os mais comuns são a grande quantidade de acessos simultâneos por causa de uma ou mais ofertas muito desejadas, erros na programação, infraestrutura mal planejada e, até mesmo, ataque de hackers. É preciso uma força-tarefa para evitar.

Para não deixar a peteca — ou melhor, o site — cair, veja os ajustes necessários.

Bottleneck — gargalos

Problema:

O gargalo de acessos, também conhecido como bottleneck (pescoço da garrafa, em tradução livre), acontece quando os servidores não têm capacidade para suportar o grande volume de dados gerados simultaneamente. Para evitar o problema, existem cálculos que devem ser feitos para analisar quanta capacidade que será necessária em casa período, principalmente na Black Friday.

Solução:

Os cálculos costumam levar em conta edições anteriores e outras datas em que o tráfego do e-commerce tende a aumentar, além da expectativa de vendas de cada loja. Com isso, é possível determinar a quantidade de servidores necessária para processar aquele volume de dados. Através da escalabilidade — conceito de arquitetura diferenciada — mais servidores são adicionados na nuvem para dividir a carga, garantindo a venda. Essa estrutura é redundante e balanceada. Caso um servidor falhe, os demais redistribuem a carga entre eles imediatamente.

Quando isso não é feito, o risco do site cair é enorme

A Braspag, companhia que oferece soluções de pagamentos para e-commerce, do grupo Cielo, projeta um crescimento de 414% nas transações da Black Friday em relação à média de transações em dias comuns de 2017. Segundo Gastão Mattos, CEO da Braspag, o pico de vendas deve ocorrer por volta das 18h e a estimativa é que entre 21h e 22h o volume de vendas ultrapasse o de 2016.

Na quinta-feira (23) que antecede o evento, a expectativa é de um crescimento de 13% em relação a Black Friday 2016, com pico de vendas às 23h. Veja dicas para evitar momentos de pico e o melhor horário para comprar na Black Friday.

Erros de programação

A preparação envolve, também, uma equipe de atendimento exclusiva para acompanhar as transações de compra em tempo real. Com uma análise rápida é possível identificar erros e corrigi-los imediatamente, evitando que o consumidor desista ou, pior, fique sem o produto por causa de uma finalização errada.

Nos últimos anos, o consumidor tem notado uma melhoria constante e uma redução no volume de reclamações do Reclame Aqui, por exemplo. "O fim de uma Black Friday significa o início da próxima. Todo o desempenho é analisado para que os erros não se repitam no ano seguinte", completa de Paola.

Proteção contra hackers

Além dos problemas na infraestrutura do próprio site, há outros fatores tão importantes quanto: cartões falsos ou inserção de códigos maliciosos em sites são alguns dos golpes mais comuns envolvendo o comércio eletrônico. Na Black Friday, a tendência sempre é de aumentar. Para evitar inserções indesejadas de código, a solução é criptografia (protocolo https) que protege a loja e os clientes.

As investidas DDoS — ataques de negação de serviço — são outra técnica usada por hackers em que sistemas robotizados são capazes operar em alta velocidade e podem, por exemplo, derrubar um site. Para evitar, sistema de segurança detectam comportamentos atípicos, como muitos acessos de um IP ao mesmo tempo e, ao identificar o ataque, interrompe a conexão com o site.

Não é 'só com você'

Sendo assim, quando um site cair, pode ser que não seja "só com você". Ao longo dos anos, as lojas virtuais tem melhorado o serviço oferecido no Brasil e utilizado uma espécie de "fila virtual" para dosar o volume de acessos. Entretanto, erros como esses podem acontecer em e-commerces menos e com menos estrutura.

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