Nos dias 18 e 19 de abril, o Facebook realizou o evento f8, voltado para desenvolvedores e o futuro da tecnologia. Entre as diversas novidades que os engenheiros da rede social apresentaram, um projeto em especial chamou bastante a atenção: Building 8. Liderado por Regina Dugan, vice-presidente de engenharia, a equipe trabalha em uma tecnologia que permitirá que você digite apenas com o seu pensamento.

Interface de fala silenciosa

Nas palavras de Dugan, a tecnologia será uma “interface de fala silenciosa” extremamente eficiente, capaz de digitar 100 palavras por minuto. A velocidade é cinco vezes maior do que a que conseguimos alcançar digitando no celular. Tal ferramenta vai unir velocidade e flexibilidade da voz com privacidade da escrita.

Regina Dugan explica sobre a tecnologia de digitação com o pensamento (Foto: (Foto: Divulgação/Facebook) )

Regina destaca que para alcançar esse objetivo, irão desenvolver dispositivos vestíveis não invasivos e que serão dotados de vários sensores que decodificarão a atividade neural. Por ser “não invasivo” já podemos esperar que não seja nada que perfure nossa pele ou entre no corpo. Mas, infelizmente, nada revelou sobre que tipo de dispositivo seria. Um relógio? Colar? Capacete? Ainda não se sabe.

Regina explicou também que a tecnologia não irá escrever todos os seus pensamentos. A engenheira fez uma analogia bem interessante: em uma viagem ou passeio, você tira muitas fotos. Mas não compartilha todas elas. Escolhe apenas algumas para compartilhar nas redes sociais ou com amigos. O Building 8 terá um funcionamento similar, garante. Resguardando algum tipo de privacidade.

Por mais que você pense muitas coisas em um curto período de tempo, o sistema

... só irá decodificar aquelas palavras que você decidiu mandar para o centro da fala de seu cérebro. É como se você pensasse em falar, mas não falasse. E daí o sistema pegaria estas palavras que você pensou em falar e escrevesse na tela.

Apesar de parecer uma tecnologia bem futurista, vista apenas em filmes de ficção científica, Regina garante que eles já estão bem avançados no desenvolvimento. Ela cita o exemplo de uma mulher que sofre com esclerose amiotrófica lateral e que já se comunica via ferramenta. Através de um implante minúsculo, ela consegue digitar oito palavras por minuto apenas com o poder do pensamento.

Além de ajudar pessoas com sérios problemas de saúde a se comunicarem melhor e mais rapidamente, a tecnologia poderá ser usada também como método de entrada em Realidade Aumentada. Algumas vagas para fazer da equipe foram anunciadas no início deste ano, revelando os planos da rede social.

Escutar com a pele

Equipe liderada por Regina Dugan também está desenvolvendo tecnologia para escutar com a pele (Foto: (Foto: Divulgação/Facebook) )

Outro projeto que está em desenvolvimento tornará possível que os humanos escutem com a pele. Engenheiros da equipe de engenharia do Facebook estão criando o hardware e o software necessário para transformar a pele humana em uma grande cóclea — nome da cavidade da parte auditiva do ouvido interno.

Regina cita Louis Braille, que em 1824 nos ensinou que pequenas colisões em uma superfície pode ser interpretado como linguagem. Infelizmente, a engenheira de software não deu detalhes do funcionamento da nova ferramenta, mas com certeza tem forte relação com as ondas sonoras. Ao tocarem a pele humana, as ondas sonoras poderão ser traduzidas em frequências sonoras e, assim, interpretadas corretamente pelo cérebro como sons. Isso possibilitaria, por exemplo, que surdos ouvissem novamente.

A engenheira destaca ainda que nosso cérebro tem a capacidade de processar até 1 terabyte de dados. E que, devido a essa alta capacidade de processamento, estas tecnologias são possíveis. Nos próximos dois anos, os engenheiros do Facebook irão trabalhar para trazer essas novas formas de comunicação ao público.

Via Facebook



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