Quem usa o Windows e o Microsoft Word já deve ter se deparado com uma fonte chamada Wingdings. Sem letras e números, a fonte é uma coletânea de símbolos e imagens aparentemente inconsequentes. No entanto, sua origem remonta um tempo em que o uso de ilustrações em textos era extremamente complicado.

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Quem criou as Wingdings?

A criação da fonte Wingdings é fruto do estúdio de design norte-americano Bigelow & Holmes, de onde também saiu a família de fontes Lucida. Desenvolvido em 1990, o tipo surgiu como uma forma de comunicação que pudesse incluir imagens em documentos.

Assim como os emojis, alguns símbolos da Wingdings podem ser usados para exprimir emoções (Foto: Reprodução/Filipe Garrett)

Apesar de estar nos sistemas da Microsoft, o estúdio de design não a criou especificamente para a companhia. O casal Charles Bigelow e Kris Holmes, depois de criarem a Lucida, desenvolveram um conjunto de ícones que poderiam possibilitar ilustrações em documentos escritos em computadores, fosse por objetivos de decoração, ou mesmo para comunicar ideias.

De onde veio o nome?

Em 1990, a Microsoft comprou os direitos de uso dessas fontes e, por causa das limitações de espaço em disquetes que continham as cópias originais do Windows, acabou decidindo por criar uma coletânea das três linhas de ícones, chamada de Wingdings.

O nome Wingdigns foi criado unindo "Windows" com o termo “dingbats”. Em inglês, essa palavra, usada no contexto das antigas prensas tipográficas, se refere a símbolos e caracteres (sem ser letras ou números) incluídos em uma página.

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Qual o objetivo?

O uso de imagens em documentos de texto, e mesmo na Internet da época em que a fonte foi desenvolvida, era quase impossível. Discos rígidos, memória e disquetes eram muito pequenos para dar conta dos kilobytes presentes até mesmo nas imagens de mais baixa qualidade.

Nesse sentido, você pode interpretar a Wingdings como uma das antecessoras dos emojis. Usar uma fonte com símbolos repletos de itens referentes à vida profissional em escritórios, que iam de caixa de correio e computadores a telefones e aviões, para ilustrar documentos era uma saída inteligente para um problema então sem solução.

A fonte com símbolos permitia a inclusão de ícones que representavam ideias complexas. Na assinatura de uma carta, o endereço de postagem do remetente poderia ser assinalado com o símbolo para uma caixa postal. Flechas e setas poderiam demarcar pontos no texto e assim por diante. Outra vantagem do uso de ícones era que, além de ocuparem pouco espaço nas mídias de armazenamento da época, eles eram escaláveis: podiam aumentar ou diminuir sem causar distorções em seu aspecto, ao contrário das imagens.

Apesar da boa intenção na criação das figuras, o uso da fonte não foi compreendido com naturalidade pelos usuários. Muita gente entendeu como uma curiosidade e alguns ainda saíram em busca de códigos escondidos na coleção de ícones.

Polêmicas

Dessa linha de teorias conspiratórias, saíram alguns episódios curiosos. Ao digitar Q33, o usuário fica com os símbolos “avião”, “prédio” e “prédio”. Na avaliação de alguns usuários, a referência faz menção ao 11 de setembro, já que as torres gêmeas (documento, mas interpretado aqui como prédio), ficavam

... na quadra (Q) de número 33, em Manhatham, Nova York. 
Combinação de caracteres deu margem a teorias conspiratórias (Foto: Reprodução/Filipe Garrett)

Em entrevista ao site Vox, Charles Bigelow, um dos criadores da fonte, desdenha de teorias e lembra que os caracteres foram definidos de maneira aleatória a cada letra, de forma que a interpretação de qualquer sentido neles é de responsabilidade de quem lê.

Via Vox



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